Não há quem possa colocar em causa o talento, com laivos de genialidade, de Neymar, no entanto, por culpa de astros anteriores, e até contemporâneos, ser craque exige muito mais do que a qualidade em campo.
Podem existir muitas razões para explicar a instabilidade de Neymar, mas a mais óbvia está umbilicalmente ligada à sua necessidade, quase obsessão, em andar nas bocas do mundo, a toda a hora. Desde muito cedo na sua carreira, e talvez por isso, ficou evidente a falta de formação humana que lhe deviam ter incutido.
Ao contrário de outros grandes jogadores, Neymar nunca quis abdicar de uma vida boémia, qual menino mimado, para se dedicar de alma e coração à carreira escolhida. Só que essa recusa tem um preço a pagar. Mais ainda se a tudo isto juntarmos o facto de, no mesmo espaço temporal, existirem Messi e Ronaldo, e agora terem aparecido Mbappé e Haaland.
Neymar até não tem sido menos “bad boy” que outros craques do passado, como Romário ou Ronaldinho Gaúcho, mas até nesse campo ele sai diminuído porque nunca conseguiu, com proezas em campo, fazer esquecer os maus exemplos extrafutebol.
Romário nunca teve comportamentos dignos de um profissional de futebol, mas em campo calava os detratores com os golos que marcava e dava a marcar. Ronaldinho aprontava fora de campo na mesma medida que encantava dentro dele espalhando magia.
De Romário todos recordarão, entre outros lances, o papel decisivo que teve na conquista da Copa Mercosul, ao serviço do Vasco da Gama, e do mundial 1994, com a selecção, para lá dos títulos de máximo goleador em múltiplas ocasiões.
De Ronaldinho Gaúcho todos lembrarão os lances geniais ao serviço do Barcelona e Milan, e aquele golo fantástico, contra a Inglaterra, no mundial 2002.
Neymar conseguiu transformar-se no jogador com mais jogos e golos pela selecção do Brasil, mas será lembrado pelo eterno rebolar nos relvados do mundo, pelos “mêmes”, por ter feito a sua carreira à sombra de outros e por ter dado mais importância ao seu destaque na imprensa, principalmente sensacionalista, do que ao brilhantismo dentro de campo.
É caso para dizer que, na estrada do futebol, Neymar decidiu caminhar sempre em contramão.
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