Neste
contexto atípico que vivemos, de uma pandemia que não poupou ninguém, em
nenhuma área, chega a ser trágico-cómico assistir aos jogos do brasileirão.
No
início da temporada, os analistas, comentadores e jornalistas, do Brasil, davam
o Flamengo, Atlético Mineiro e Palmeiras como favoritos ao triunfo final. Com o
decorrer das jornadas e a intermitência de resultados, como acontece em todos
os campeonatos, as hipóteses de cada um deles foi-se alterando. O Flamengo
revelou fragilidades e o trabalho do treinador sofreu críticas permanentes,
sempre em comparação com o realizado pelo técnico anterior. No Atlético Mineiro
imperou a instabilidade do grupo por conta das inúmeras exigências de Jorge
Sampaoli, junto dos órgãos directivos. Quanto ao Palmeiras, apesar da
invencibilidade, o elevado número de empates, acrescido do jogo pobre, gerou
mais desconfiança do que certeza.
Perante
este cenário, sobressaíram os trabalhos do Argentino Eduardo Coudet, ao leme do
Internacional de Porto Alegre, e de Fernando Diniz à frente do São Paulo, que
mantiveram os respectivos clubes na zona alta da tabela classificativa.
Entre
Outubro e Novembro, Flamengo, Palmeiras e Internacional mudaram de treinadores.
Atlético Mineiro e São Paulo, apesar da contestação dos adeptos, mantiveram os
técnicos. No meio desta turbulência e mesmo com alguns jogos em atraso, no
final da primeira volta os cinco primeiros lugares eram ocupados por estas
equipas. Quando entrámos em 2021, o São Paulo estava na liderança, com oito
pontos de avanço para o segundo classificado. E a partir daí tudo mudou.
Apesar
da liderança folgada, o São Paulo não convenceu totalmente. Flamengo e Atlético Mineiro, apesar de manterem o favoritismo, continuaram inconstantes. O
Palmeiras, talvez por brigar em três frentes, oscilou muito de jogo para jogo.
Quanto ao Internacional, depois de ultrapassada a fase menos boa, após a troca
de treinadores, começou a subir de rendimento.
O
São Paulo iniciou o ano com uma eliminação traumática, na Copa do Brasil,
diante do Grémio de Porto Alegre, que destabilizou a equipa de tal forma que a
vantagem se esfumou em apenas quatro jogos. No entanto, Flamengo e Atlético Mineiro não têm tirado proveito da quebra do São Paulo, perdendo alguns jogos
no mesmo período. Quem tem beneficiado é o Internacional de Porto Alegre, que
mesmo assim, e faltando apenas seis jornadas, não é visto como favorito ao
título. Os últimos resultados do Palmeiras revelam que já está concentrado nas
copas, principalmente na Libertadores.
As
oscilações nos resultados foram uma constante ao longo do campeonato e prevê-se
que as últimas seis jornadas continuem a ser impróprias para cardíacos.
A
perspectiva trágico-cómica deste campeonato é parecer que ninguém quer ser
campeão.
No meio desta incerteza atípica parece certo que o vencedor deste brasileirão será um clube que não ganha o troféu desde 1971, 1979, 2008, ou o Flamengo.
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