O Sporting Clube de Portugal é um dos grandes do país e por isso teve, ao longo da sua história, grandes equipas de futebol, que ajudaram a enriquecer o seu palmarés.
Mas também teve plantéis que, apesar dos espectáculos proporcionados, e que faziam as bancadas vibrar, venceram menos do que deveriam ter feito.
Um desses exemplos é a equipa da temporada 1993/94, treinada pelo inglês Bobby Robson.
Aquele plantel, não fosse uma decisão disparatada do presidente Sousa Cintra, tinha tudo para ser a génese de uma sequência de títulos do clube, acabando por proporcionar as condições ideais para que o FC Porto iniciasse a caminhada rumo ao pentacampeonato.
O futebol apresentado pelo Sporting era fantástico, fruto da técnica apuradíssima de muitos jogadores que compunham o plantel.
O equilíbrio que Bobby Robson encontrou, na utilização de jovens formados no clube e alguns jogadores com grande experiência, transformou por completo as perspectivas dos adeptos.
Era fabuloso assistir aos jogos desde a bancada. A vibração geral surgia a cada defesa, a cada corte, a cada passe, a cada finta, a cada arrancada veloz, a cada remate, a todos os golos. Ver o Sporting jogar era uma descarga de adrenalina permanente; não havia tempos mortos no entusiasmo e fervor clubista.
E tudo foi por água abaixo depois de um péssimo jogo na Áustria, contra o Casino Salzburg, que terminou 3-0 e ditou a eliminação do clube na Taça Uefa.
Apesar da vantagem que o clube tinha na liderança do campeonato nacional, o presidente aproveitou essa derrota para despedir Bobby Robson e substituí-lo pela sua obsessão, o treinador Carlos Queiroz.
Na sequência dessa troca, e após um jantar de despedida que os jogadores fizeram em homenagem ao técnico inglês, o ucraniano Shcherbakov sofreu um acidente de viação que o deixou paraplégico.
A partir desse momento, o futebol da equipa ressentiu-se, o brilhantismo desapareceu e a época acabou sem conquistas.
Mas o pior ainda estava por chegar. Bobby Robson foi contratado pelo FC Porto e venceu os primeiros dois títulos do pentacampeonato portista, para além de uma Taça de Portugal.
A equipa manteve-se para a temporada 94/95, venceu a Taça de Portugal, e acabou por ver sair duas das suas maiores figuras: Luís Figo para o FC Barcelona e Krasimir Balakov para o VFB Stuttgart.
Para a história restam os nomes daqueles que tinham tudo para ficarem marcados, a letras de ouro, nas páginas de glória do Sporting.
Costinha; Zoran Lemajic, Stan Valckx, Carlos Jorge, Budimir Vujacic, Paulo Torres, José Leal, Nelson, Mário Marinho, Emílio Peixe, Paulo Sousa, Filipe Ramos, Hugo Profírio, Pedro Poejo, Ivaylo Iordanov, Sergey Shcherbakov, Krasimir Balakov, António Pacheco, Luís Figo, Nuno Capucho, Amaral, Jorge Cadete, Andrzej Juskowiak.
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