As
duas últimas finais da Copa Libertadores foram em quase tudo semelhantes.
Ao
contrário de todas as edições anteriores, ambas foram disputadas num só jogo. A
primeira era para ser jogada em Santiago, capital do Chile, mas devido aos
graves problemas internos no país andino a final foi transferida para Lima, no
Peru. A segunda foi jogada no Rio de Janeiro, com restrição de público por
causa da crise pandémica.
Ambas
foram vencidas por clubes brasileiros e pela margem mínima. A primeira pelo
Flamengo, 2-1 sobre o River Plate. A segunda pelo Palmeiras, 1-0 no Santos.
As
duas finais foram disputadas por quatro equipas que já tinham vencido esta
prova anteriormente.
Ambos
os triunfos apareceram nos acréscimos, quando já todos pensavam no
prolongamento, e os momentos decisivos foram antecedidos por detalhes que
influenciaram, negativamente, a concentração dos jogadores dos clubes que
acabariam por perder. Os do River Plate ficaram afectados pelo golo do empate perto
dos noventa minutos. Os do Santos foram prejudicados pela atitude do seu
técnico, que criou uma situação pouco inteligente na tentativa de queimar algum
tempo. Não teve a conivência do árbitro argentino, acabou expulso e
desconcentrou os seus atletas.
As
equipas vencedoras alcançaram a segunda conquista na prova. O Flamengo demorou
38 anos para repetir a façanha de 1981 e o Palmeiras ganhou 21 anos depois de
1999.
Ambas
escalaram um jogador uruguaio: De Arrascaeta (Flamengo), Viña (Palmeiras). Para
além dos uruguaios, ambos os clubes utilizaram mais um estrangeiro: o espanhol
Pablo Mari (Flamengo) e o paraguaio Gustavo Gomez (Palmeiras).
Nas
duas finais, os treinadores com mais experiência na prova, inclusive com
vitórias (Gallardo venceu com o River Plate e Cuca tinha ganho com o Atlético Mineiro), foram os derrotados.
Na
primeira venceu o técnico mais velho Jorge Jesus (Flamengo), na segunda ganhou
o mais novo Abel Ferreira (Palmeiras), ambos portugueses.
Ambas
as finais geraram grandes expectativas em relação ao nível de jogo. A primeira
correspondeu aos prognósticos. A segunda, não tendo desiludido numa perspectiva
táctica, foi um autêntico sonífero, tal a pobreza técnica.
Foram
duas finais com mais semelhanças que diferenças, mas para os adeptos do futebol
bem jogado a última não deixa muitas saudades.
Que venha a próxima edição para que possamos conferir a existência de pontos comuns com as anteriores.
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