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Taça Libertadores da América (um campeonato para portugueses) - Adriana Mayrinck

Imagem retirada da internet

Vou começar pelo fim.

Muitas lágrimas transbordando, misturando-se entre diversas sensações e emoções. Alívio pelo excesso de responsabilidade, sensação de dever cumprido, cansaço, preocupação, extrema alegria e satisfação, orgulho, lembranças de cada momento que o fizeram chegar até aqui, gratidão àqueles que o ajudaram na caminhada e muita saudade do seu país, da casa, da família, dos amigos... Daqueles que se leva no lado de dentro, por não poder acompanhar lado a lado.

Abraços e lágrimas de fraternidade, cumplicidade, gratidão a uma equipe, uma família, um time, uma nação, um lugar.

Celebração! Vitória!

O título de um campeonato Sul Americano.

Um jogo meio morno, sem grandes surpresas. Muitos passes errados, pressão, insegurança, nervosismo, muito calor, pandemia, estádio quase vazio (apenas com alguns convidados), nenhum gol... até ao acréscimo de 8 minutos.

Para uma final da Taça de Libertadores, entre dois times muito merecedores por tudo o que enfrentaram nesse ano atípico, foi um resultado justo, claro, mas que deixou um certo ar de compaixão ao ver Soteldo, Marinho, entre outros, esparramados pelo gramado do Maracanã, desiludidos com o resultado. O Santos também merecia comemorar! Mas o Palmeiras mereceu um pouquinho mais!

Afinal, um tem que vencer, e vence o oportunismo, desta vez, daquele ala, que ninguém queria em campo. O Breno Lopes. Só o técnico acreditou na estrela do bom rapaz. E que estrela! Aproveitou a lamentável confusão e expulsão do Cuca, querendo atrasar o jogo, e simplesmente, de cabeça... chegou lá!

Um belo gol de vitória para o Palmeiras, merecido, pelo trabalho do Cebolinha, entre a saída do Luxemburgo e a chegada do Abel Ferreira, e mais merecido ainda pela inteligência, humildade, profissionalismo e sagacidade deste português que chegou calmamente, sorrindo, aconchegando todos em sua embarcação.

Com todas as problemáticas causadas por um vírus (covid – 19), mesmo assim aproveitou o que tinha, alinhou-se e aliou-se ao clube que o contratou, enalteceu seus jogadores e todos que o acompanham (além dos outros que admira), e sem tempo para respirar, entre um campeonato e outro, em apenas dois meses de trabalho, ensinou aos brasileiros, mais uma vez (lembrando ainda as fortes emoções com o português Jorge Jesus e o Flamengo na final de 2019), como se atravessa o Atlântico, abraça a Taça Libertadores da América e a leva para casa!

Entre muitas lágrimas... inclusive as minhas!

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