O facto de Jorge Jesus (com o Flamengo) e Abel Ferreira (com o Palmeiras) terem conseguido atingir a final da Copa Libertadores, em anos consecutivos, e o espanhol Miguel Angel Ramirez (Independiente del Valle) ter disputado, e ganho, a Copa Sul-Americana, em 2019, pode ser analisado de diversas formas.
Trajetos, resultados e performances à parte, o que mais ressalta à vista é que três treinadores medianos da Europa atingiram as finais das prestigiadas competições, pouco tempo depois de assumirem as equipas, tendo por essa razão encantado os adeptos, e a imprensa ficou rendida aos seus trabalhos.
Isso significa que são melhores treinadores que os sul-americanos? Não! Apenas diferentes.
Apesar de terem estilos e formas de entender o futebol bem distintas, os três treinadores europeus chegaram aos clubes sul-americanos em condições muito semelhantes. Perfeitos desconhecidos no continente e, por isso, olhados com desconfiança. Falantes da mesma língua dos países de acolhimento. Sem pressão de resultados imediatos, por parte das direcções dos clubes.
Isso significa que são melhores treinadores que os sul-americanos? Não! Apenas diferentes.
Jorge Jesus alcançou a final com uma equipa recheada de grandes jogadores, bem oleada e a jogar um futebol ofensivo que encantou.
Abel Ferreira apurou-se para a final, numa temporada atípica, sem tempo para treinar, com uma equipa feita de remendos e a jogar apenas de forma reactiva.
Miguel Angel Ramirez chegou à final de uma competição de forma surpreendente, após eliminar ex-vencedores da Libertadores como: Independiente (Argentina) e Corinthians (Brasil).
Isso significa que são melhores treinadores que os sul-americanos? Não! Apenas diferentes.
E entre todas as diferenças que podem ser apontadas existem duas que são bem evidentes:
1ª – Eles adaptaram os seus modelos de jogo ao género de jogadores dos plantéis e às condicionantes encontradas.
2ª
– Os três acordam, vivem, alimentam-se e deitam-se a pensar em futebol.
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