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Em ritmo de Bossa Nova… noventa minutos - Adriana Mayrinck

Um jogo muito esperado. E até bem jogado, sem grandes espetáculos. Começou com um erro banal e um penálti a favor do Internacional. Minutos depois já estavam em igualdade no placar. Um jogo muito bem marcado pelo juiz equilibradíssimo e muito firme. Um Flamengo mais corajoso, com os principais protagonistas em cena. E mais ousado com as substituições no segundo tempo. É... ” hoje teve Gol do Gabigol”, mas o bis ficou para o De Arrascaeta e os belos passo(e)s de Bruno Henrique. Até Pedro entrou na dança para bailar como só ele sabe fazer, pena que estava impedido, mas valeu a classe da comemoração.

Abel Braga, apesar de um bom resultado até aqui, escorregou nos últimos instantes, encharcado de suor, perdeu a chance de sair campeão no Maracanã. Rodinei, o homem de um milhão de reais ou 153 mil euros, levou um cartão vermelho, a meu ver, um pouco injusto, mas com as novas regras saiu do campo, deixando para trás muitos sentimentos misturados: do “patrocinador”, do treinador, dos torcedores e até meus, que sinceramente gosto do rapaz e de uma maneira ou de outra ainda faz parte do elenco rubro-negro e me solidarizei com a decepção/equívoco/erro dele.

Com tantas idas e vindas de emoções que só o futebol pode despertar, dessa vez estou totalmente de acordo com tudo o que aconteceu nesta partida, seguiu a ordem natural das coisas. Um bom árbitro, apoio correto do VAR, o Flamengo jogou cadenciado, o Inter saiu de cena ainda com esperanças. Só alguém, no “camarote”, perdeu um milhão nos 48 minutos do jogo (coitado do Rodnei).

Ainda não é o Flamengo em ritmo do samba de raiz do Jorge Jesus, que incendiava o coração dos torcedores. Esse Flamengo, de Rogério Ceni, parece mais com a bossa nova.

Sem torcida, enfrentando tantas situações difíceis e atípicas, ainda é um time que na raça faz acontecer e vai lentamente tomando conta da gente. Não é o Flamengo avassalador de outrora, mas no passo a passo vai chegando lá. Às vezes perde o ritmo, mas não deixa de encantar. E como sempre, estou aqui (do outro lado do Atlântico) acompanhando tudo na primeira fila.

O nosso coração fica em compasso de espera. Ainda falta um jogo, lá naquele território nem um pouco amistoso para um time carioca, principalmente para o Flamengo e ainda menos para Rogério Ceni.

Ironia para o técnico, agonia para nós torcedores.

Mas vamos aguardar o Grand Finale.

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"Mengão do meu coração"

Uma vez Flamengo...

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