Acompanhando as reacções, dos adeptos do S. Paulo, à chegada de Hernan Crespo, para orientar a equipa, fiquei a pensar que, muito provavelmente, o jovem técnico argentino, apesar de inteligente e avisado, não tem a total noção daquilo que o espera. Principalmente se as coisas não começarem da melhor forma ou, começando, quando acontecer uma série menos boa de resultados.
Uma das características mais evidentes dos adeptos brasileiros é a pouca tolerância a sequências de jogos sem vitórias. No adepto do tricolor paulista, essa impaciência é redobrada pelo jejum de títulos, que se prolonga desde 2012. Sendo que, a nível nacional, não vence nada desde 2008, e não conquista um estadual desde 2005.
Todos sabemos que a paciência tricolor há muito se esgotou e a urgência de títulos é tão imperativa que não sobra tempo para executar um projecto estável.
Não fosse a pandemia, os clubes brasileiros estariam em pré-temporada, mas a realidade é diferente. Esta época desportiva ainda não terminou, a próxima começa já na semana que vem, e o técnico argentino terá de implementar a sua filosofia de trabalho com a máquina em movimento, como se estivesse chegando a meio.
Por muito que os dirigentes garantam agora um ambiente de estabilidade para o novo treinador, a verdade é que a importância que os adeptos brasileiros dão às competições estaduais não permite deslizes.
Sem tempo para fazer o trabalho de laboratório que todas as equipas necessitam no início de cada temporada, desconfio que Crespo, recebido entusiasticamente e de braços abertos, não vai ter de esperar muito para sentir a frustração dos adeptos. Menos ainda se acontecer algo semelhante ao ocorrido no último Paulistão (eliminação pelo pequeno Mirassol).
Buena suerte Hernan Crespo!
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