Avançar para o conteúdo principal

Copa Libertadores Feminina 2021 - Emanuel Lomelino

A Copa Libertadores Feminina terminou no passado fim-de-semana e foi uma festa de futebol que merece algumas linhas.

As meias-finais foram disputadas na Argentina. O primeiro jogo opôs as campeãs em título, e grandes favoritas a revalidar o troféu, SC Corinthians Paulista às colombianas do América de Cali. O clube brasileiro chegou a esta fase com mais de trinta golos marcados e nenhum sofrido, no entanto, apesar desse domínio avassalador, bastou um golo colombiano para a decisão ir para os penaltis e o clube paulista ser eliminado.

Na outra partida, que também foi decidida nas grandes penalidades, a equipa brasileira Associação Ferroviária de Esportes levou a melhor sobre as chilenas do Club Universidad de Chile.

No jogo de atribuição dos terceiro e quarto lugares, as corinthianas mostraram que a eliminação fora apenas um acidente de percurso e golearam as chilenas com quatro golos sem resposta.

E chegou a grande final. A Ferroviária dominou o primeiro tempo com pressão alta, marcaram primeiro e, apesar das colombianas terem conseguido empatar, conseguiram o segundo golo antes do intervalo.

A segunda parte foi praticamente jogado no campo defensivo das brasileiras, que aguentaram as investidas colombianas, conseguindo alcançar o segundo triunfo na competição, repetindo o feito de 2015.

Para terminar, quero referir que, mesmo tratando-se de uma final continental, a narração foi tremendamente infeliz por ser demonstrativa do quanto falta para o futebol feminino ser levado a sério. Sendo certo que os golos da final foram gritados como nos jogos masculinos, a verdade é que durante a partida pouca emoção se ouviu do narrador, mais preocupado em ler mensagens de apoio dos adeptos que estavam a acompanhar o jogo via Facebook da Libertadores.

A falta de valorização do futebol feminino também ficou provada no lance que deu o empate das colombianas. Não tenho dúvidas em afirmar que, caso fosse um jogo masculino, a reacção ao penalti assinalado, erradamente, mas sem grandes protestos ou comentários depreciativos sobre a arbitragem, teria sido motivo de conversa para o resto da partida e sequentes programas desportivos.

Seja como for, feitas as críticas que se impõem, parabéns às jogadoras, treinadora e restantes membros da Ferroviária, pela conquista da Copa Libertadores Feminina 2020.

Leiam também: Competições... Copa Libertadores 

Acompanhem-nos no Twitter e no Facebook

Comentários

Mensagens populares deste blogue

No lado errado da estrada - Emanuel Lomelino

Imagem UOL Não há quem possa colocar em causa o talento, com laivos de genialidade, de Neymar, no entanto, por culpa de astros anteriores, e até contemporâneos, ser craque exige muito mais do que a qualidade em campo. Podem existir muitas razões para explicar a instabilidade de Neymar, mas a mais óbvia está umbilicalmente ligada à sua necessidade, quase obsessão, em andar nas bocas do mundo, a toda a hora. Desde muito cedo na sua carreira, e talvez por isso, ficou evidente a falta de formação humana que lhe deviam ter incutido. Ao contrário de outros grandes jogadores, Neymar nunca quis abdicar de uma vida boémia, qual menino mimado, para se dedicar de alma e coração à carreira escolhida. Só que essa recusa tem um preço a pagar. Mais ainda se a tudo isto juntarmos o facto de, no mesmo espaço temporal, existirem Messi e Ronaldo, e agora terem aparecido Mbappé e Haaland. Neymar até não tem sido menos “bad boy” que outros craques do passado, como Romário ou Ronaldinho Gaúcho, mas

Uma Vez Flamengo... - Adriana Mayrinck

Pintinho em um Fla x Flu. Foto do seu arquivo pessoal Flamengo e Fluminense (fotos retiradas da internet) Uma lembrança longínqua, não sei ao certo a minha idade, talvez cinco ou seis anos. Lembro-me dos detalhes da sala, do tapete em que eu ficava deitada em almofadões, com as minhas botas vermelhas, a poltrona do “papai” como era chamada, aquele lugar que só o meu avô podia sentar, ao lado de uma mesinha com tampo de mármore, sempre com um copo de cerveja Skol e uma latinha ao lado, em frente a uma TV. Não lembro quase nada dessa época, algumas coisas muito pontuais, talvez por tantas vezes ver as fotografias, no tempo que morei no apartamento dos meus avós, na Gonçalo de Castro, enquanto a nossa casa era construída, em um condomínio ASBAC, na Granja Comary, em Teresópolis. Mas lembro que andava pelos calçadões de Copacabana com os meus três anos de idade, lembro do balanço na pracinha Serzedelo Correia, quando, recém-chegada de Recife, onde nasci, aprendi a amar aquele bairro. P

Surpresa ou início de novo ciclo - Emanuel Lomelino

Imagem A Bola (José Lorvão) Vivemos um tempo atípico e, tal como está a acontecer noutras áreas, por todo o mundo, também o futebol está a ser influenciado por essa falta de normalidade. No caso português, e considerando as últimas quatro décadas, fica um pouco estranho ver o Sporting Clube de Portugal na liderança do campeonato, mais ainda com a vantagem pontual tão acentuada. É certo que ainda agora começou a segunda volta e faltam muitos jogos. Também é verdade que as outras equipas têm estado aquém do esperado. No entanto, não deixa de ser surpreendente um domínio tão avassalador. Como se explica que esta equipa, quase na totalidade composta por jovens jogadores da formação, com um treinador também em início de carreira, sem qualquer fora de série, e que inicialmente nem era vista como candidata a ganhar troféus, demonstra em campo, jornada após jornada, este nível de competência? Mesmo sendo adepto do Sporting , e estar a deliciar-me com a forma como a época está a deco