A Copa Libertadores Feminina terminou no passado fim-de-semana e foi uma festa de futebol que merece algumas linhas.
As meias-finais foram disputadas na Argentina. O primeiro jogo opôs as campeãs em título, e grandes favoritas a revalidar o troféu, SC Corinthians Paulista às colombianas do América de Cali. O clube brasileiro chegou a esta fase com mais de trinta golos marcados e nenhum sofrido, no entanto, apesar desse domínio avassalador, bastou um golo colombiano para a decisão ir para os penaltis e o clube paulista ser eliminado.
Na outra partida, que também foi decidida nas grandes penalidades, a equipa brasileira Associação Ferroviária de Esportes levou a melhor sobre as chilenas do Club Universidad de Chile.
No jogo de atribuição dos terceiro e quarto lugares, as corinthianas mostraram que a eliminação fora apenas um acidente de percurso e golearam as chilenas com quatro golos sem resposta.
E chegou a grande final. A Ferroviária dominou o primeiro tempo com pressão alta, marcaram primeiro e, apesar das colombianas terem conseguido empatar, conseguiram o segundo golo antes do intervalo.
A segunda parte foi praticamente jogado no campo defensivo das brasileiras, que aguentaram as investidas colombianas, conseguindo alcançar o segundo triunfo na competição, repetindo o feito de 2015.
Para terminar, quero referir que, mesmo tratando-se de uma final continental, a narração foi tremendamente infeliz por ser demonstrativa do quanto falta para o futebol feminino ser levado a sério. Sendo certo que os golos da final foram gritados como nos jogos masculinos, a verdade é que durante a partida pouca emoção se ouviu do narrador, mais preocupado em ler mensagens de apoio dos adeptos que estavam a acompanhar o jogo via Facebook da Libertadores.
A falta de valorização do futebol feminino também ficou provada no lance que deu o empate das colombianas. Não tenho dúvidas em afirmar que, caso fosse um jogo masculino, a reacção ao penalti assinalado, erradamente, mas sem grandes protestos ou comentários depreciativos sobre a arbitragem, teria sido motivo de conversa para o resto da partida e sequentes programas desportivos.
Seja como for, feitas as críticas que se impõem, parabéns às jogadoras, treinadora e restantes membros da Ferroviária, pela conquista da Copa Libertadores Feminina 2020.
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