Há mais ou menos um mês publiquei um texto sobre a vontade de alguns clubes ricos criarem a denominada Superliga.
Perante essa ameaça permanente, a UEFA tem vindo a alterar os formatos das suas competições, mas apesar das recentes modificações competitivas, nos últimos dias o clube dos doze decidiu anunciar a nova competição.
Ainda está tudo muito quente, no entanto, pelas reacções, parece que vamos assistir a um tremendo braço de ferro com resultados imprevisíveis.
A verdade é que Liverpool, Manchester United, Manchester City, Chelsea, Arsenal, Tottenham, Barcelona, Real Madrid, Atlético Madrid, AC Milan, Internazionale e Juventus querem iniciar a nova competição no próximo ano, convidando mais três clubes para pertencerem ao grupo fundador, e outros cinco com critérios ainda não muito bem explicados.
Esta pretensão teve o condão de, ao contrário de outras vezes, provocar múltiplas reacções porque o mundo futebolístico, desta vez, não ficou calado. Após o anúncio público da criação da Superliga, seguiu-se uma unanimidade nunca antes vista. Desde responsáveis de clubes importantes, como Bayern Munique e PSG, até treinadores e jogadores dos clubes “fundadores”, antigas estrelas como Eric Cantona ou Luís Figo, todos emitiram opinião contrária a esta competição.
Todo o mundo entendeu que este movimento está enfermo pela ganância e pela desconsideração total dos valores defendidos, desde sempre, pelas entidades europeias, tanto desportivas como políticas.
Seja como for, e independentemente dos argumentos pró e contra, de nada servirá sancionar os atletas, como pretende a UEFA, pois eles são os menos culpados e, em momento nenhum, podem ou devem ser usados como armas de arremesso.
O mais lógico e acertado será excluir, os clubes envolvidos nesta liga fechada, das outras competições, tanto da UEFA como nacionais, impedindo-os de ter acesso às premiações que essas competições oferecem. Os clubes que integrarem essa liga elitista terão de competir somente entre si e não contra os demais, e devem sustentar-se apenas com o que auferirem com essa competição.
Qual o sentido de, por exemplo, Leicester, Newcastle, Leeds, Valencia, Sevilla, Napoli ou AS Roma terem de repartir receitas e premiações nacionais e das competições da UEFA, com esses clubes, se não terão acesso aos valores que, supostamente, essa Superliga vai proporcionar?
O dinheiro compra muita coisa, mas o mérito desportivo não deve ser leiloado.
E há mais para escrever sobre este assunto em futuros textos.
P.S - Por ser contra a criação desta liga, os nomes dos clubes fundadores não têm link para os respectivos websites, como em outros textos deste blogue.
Leiam também: UEFA vs clubes ricos
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