Todos nós já assistimos a entrevistas de dirigentes desportivos e no final ficamos sempre com a sensação que todos eles estudam nas mesmas escolas, com a mesma cartilha. Todos dizem que fazem o que lhes compete, isto é, defendem o seu clube, vangloriam as suas conquistas, defendem as suas gestões e, acima de tudo, perdem-se em comparações com rivais, e ponto.
Pois bem, ao ver a entrevista do presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, ao jornalista Mauro Cezar Pereira, fiquei com a impressão de, subitamente, ter sido transportado para outra dimensão, tal a diferença de discurso deste dirigente.
Sem se furtar às perguntas feitas, o presidente do clube nordestino explicou todo o percurso da sua equipa, desde os anos na série C, até ao momento actual, apontando todas as medidas administrativas adoptadas e que proporcionaram a restruturação do Fortaleza, esclarecendo a forma como os dirigentes actuais do clube definem as estratégias de conduta nos diversos departamentos de gestão, seja com patrocínios, com atletas, técnicos, rivais, estado e instituições governativas.
A nota mais importante desta entrevista está na forma como, em todo o discurso, ficou claro que o projecto do Fortaleza não fica restrito aos interesses do clube, mas estende-se, e agrega, os interesse do grande rival Ceará e do estado que ambos representam, principalmente nas acções conjuntas, ou em representatividade, dos dois clubes na hora de discutir patrocínios. Ou, como disse Marcelo Paz: “A rivalidade sempre existirá, mas um clube tem de puxar pelo outro”.
Esta entrevista foi uma lufada de ar fresco, tamanha a diferença para outras que assistimos regularmente.
Este deveria ser um exemplo a seguir, e não um exemplo sem exemplo.
Vejam a entrevista neste link
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