Avançar para o conteúdo principal

Superioridade continental - Emanuel Lomelino

Imagem MVR

A última eliminatória das competições sul-americanas (Copa Libertadores e Copa Sul-Americana) revelou-nos uma evidência que, até prova em contrário, reforça a ideia do tremendo desnível que existe entre o futebol de clubes jogado em cada um dos dez países que compõem a CONMBOL. No entanto, o que até aqui era um domínio Argentino e Brasileiro parece ter passado a ser apenas canarinho.

Senão vejamos:

Na Copa Libertadores, faltando apenas a definição da eliminatória entre Fluminense e Cerro Porteño, com vantagem dos brasileiros por terem vencido a primeira partida (2-0) no Paraguai, já garantiram presença nas quartas de final Atlético Mineiro, São Paulo, Palmeiras, Flamengo, Barcelona (Equador), River Plate (Argentina) e Olimpia (Paraguai). O domínio brasileiro poderia ser maior se o Internacional não tivesse desperdiçado, em casa, a vantagem de ter empatado fora, e perdido o desempate por grandes penalidades.

Na Copa Sul-Americana ficaram apurados Athletico Paranaense, Santos, Bragantino, LDU (Equador), Sporting Cristal (Peru), Libertad (Paraguai), Peñarol (Uruguai) e Rosario Central (Argentina). Nesta competição, o Brasil também poderia ter mais um representante na próxima eliminatória se o Grémio, tal como o rival gaúcho, não tivesse desperdiçado, em casa, a vantagem trazida do Equador.

No total, apuraram-se sete brasileiros, dois argentinos, dois equatorianos, dois paraguaios, um uruguaio e um peruano, podendo os brasileiros passar para oito ou os paraguaios passar para três.

Para além do descrito nos parágrafos anteriores, a supremacia brasileira também ficou patente nos quatro confrontos directos com argentinos. Atlético Mineiro, São Paulo, Flamengo e Santos foram carrascos de Boca Juniors, Racing, Defensa y Justicia e Independiente.

Se a estes dados juntarmos os resultados dos últimos quatro anos, em que os brasileiros venceram três Libertadores e uma Sul-Americana, os argentinos ganharam uma Libertadores e duas Sul-Americanas, tendo a outra Copa Sul-Americana sorrido aos equatorianos de Independiente del Valle, ficamos com a noção exacta da superioridade que os clubes brasileiros estão a ganhar, a cada ano que passa, em relação a todos os outros.

Perante estas evidências e seguindo o que é dito pela comunicação social no Brasil, talvez seja verdade que, tirando o River Plate, mais nenhum clube tem capacidade de disputar, nos próximos anos, e de igual para igual com os clubes brasileiros, os títulos continentais.

Será apenas momentâneo ou uma alteração de forças? Só o tempo o dirá, mas por agora a vantagem e supremacia é totalmente canarinha.

Leiam mais textos sobre futebol brasileiro neste link 

Acompanhem-nos no Twitter e no Facebook

Comentários

Mensagens populares deste blogue

No lado errado da estrada - Emanuel Lomelino

Imagem UOL Não há quem possa colocar em causa o talento, com laivos de genialidade, de Neymar, no entanto, por culpa de astros anteriores, e até contemporâneos, ser craque exige muito mais do que a qualidade em campo. Podem existir muitas razões para explicar a instabilidade de Neymar, mas a mais óbvia está umbilicalmente ligada à sua necessidade, quase obsessão, em andar nas bocas do mundo, a toda a hora. Desde muito cedo na sua carreira, e talvez por isso, ficou evidente a falta de formação humana que lhe deviam ter incutido. Ao contrário de outros grandes jogadores, Neymar nunca quis abdicar de uma vida boémia, qual menino mimado, para se dedicar de alma e coração à carreira escolhida. Só que essa recusa tem um preço a pagar. Mais ainda se a tudo isto juntarmos o facto de, no mesmo espaço temporal, existirem Messi e Ronaldo, e agora terem aparecido Mbappé e Haaland. Neymar até não tem sido menos “bad boy” que outros craques do passado, como Romário ou Ronaldinho Gaúcho, mas

Uma Vez Flamengo... - Adriana Mayrinck

Pintinho em um Fla x Flu. Foto do seu arquivo pessoal Flamengo e Fluminense (fotos retiradas da internet) Uma lembrança longínqua, não sei ao certo a minha idade, talvez cinco ou seis anos. Lembro-me dos detalhes da sala, do tapete em que eu ficava deitada em almofadões, com as minhas botas vermelhas, a poltrona do “papai” como era chamada, aquele lugar que só o meu avô podia sentar, ao lado de uma mesinha com tampo de mármore, sempre com um copo de cerveja Skol e uma latinha ao lado, em frente a uma TV. Não lembro quase nada dessa época, algumas coisas muito pontuais, talvez por tantas vezes ver as fotografias, no tempo que morei no apartamento dos meus avós, na Gonçalo de Castro, enquanto a nossa casa era construída, em um condomínio ASBAC, na Granja Comary, em Teresópolis. Mas lembro que andava pelos calçadões de Copacabana com os meus três anos de idade, lembro do balanço na pracinha Serzedelo Correia, quando, recém-chegada de Recife, onde nasci, aprendi a amar aquele bairro. P

Surpresa ou início de novo ciclo - Emanuel Lomelino

Imagem A Bola (José Lorvão) Vivemos um tempo atípico e, tal como está a acontecer noutras áreas, por todo o mundo, também o futebol está a ser influenciado por essa falta de normalidade. No caso português, e considerando as últimas quatro décadas, fica um pouco estranho ver o Sporting Clube de Portugal na liderança do campeonato, mais ainda com a vantagem pontual tão acentuada. É certo que ainda agora começou a segunda volta e faltam muitos jogos. Também é verdade que as outras equipas têm estado aquém do esperado. No entanto, não deixa de ser surpreendente um domínio tão avassalador. Como se explica que esta equipa, quase na totalidade composta por jovens jogadores da formação, com um treinador também em início de carreira, sem qualquer fora de série, e que inicialmente nem era vista como candidata a ganhar troféus, demonstra em campo, jornada após jornada, este nível de competência? Mesmo sendo adepto do Sporting , e estar a deliciar-me com a forma como a época está a deco