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O gigante que nunca esteve adormecido - Emanuel Lomelino

Imagem ojogo

O Sporting é considerado um dos três grandes do futebol português, especialmente pelos vinte oito troféus nacionais que conquistou até ao início dos anos 80 (dezoito Campeonatos e dez Taças). Desde essa altura ganhou mais vinte cinco títulos, no entanto, a escassez de Campeonatos Nacionais (cinco) e Taças (sete) nos últimos quarenta anos correspondeu a um enfraquecimento do clube que as treze vitórias (entre Supertaças e Taças da Liga) não conseguiram atenuar, por serem troféus secundários.

Contudo, analisando apenas as duas últimas temporadas, parece lógico deduzir que o clube está a recuperar a força. E a prova maior está no facto do Sporting ter vencido quatro dos últimos cinco troféus nacionais (um Campeonato, uma Supertaça e duas Taças da Liga) e ainda estar na discussão do Campeonato e da Taça, deste ano.

Muito podem contestar a coerência desta análise por, das quatro conquistas referidas no parágrafo anterior, três serem os tais troféus menores. Mas se analisarmos atentamente verificamos que nestes últimos quarenta anos a média de troféus conquistados é inferior a um por ano e nestas duas temporadas a média é de dois, e ainda faltam duas decisões que, em caso de vitórias, podem fazer subir a média para três.

Mas a evidência maior reside no facto do clube, ao contrário de épocas anteriores, conseguir marcar presença quase assídua nos momentos decisivos das provas. E todos sabemos que os longos jejuns do Sporting se deveram aos afastamentos precoces das competições. Conseguindo estar em fases adiantadas e decisivas é mais fácil conquistar títulos. E também sabemos que a melhor forma de criar hábitos de vitória é ganhar de forma regular.

É por esta nova dinâmica de vitória que acredito estarmos a presenciar um novo ciclo glorioso do nosso Sporting. Mais ainda porque a maioria dos jogadores são jovens e, mesmo que percamos um ou outro a cada janela de mercado, a semente plantada por Ruben Amorim está a ser bem regada.

Mantendo a filosofia de aposta na formação, que é uma das nossas maiores e melhores valências, temos tudo para prolongar esta fase e voltar a ser grande em permanência, e não de forma intermitente.

Para terminar, e porque a grandeza do Sporting nunca se resumiu ao futebol, recomendo que observem com atenção as competições nacionais e internacionais de outras modalidades e verão quão gigante foi, é e continuará a ser este nosso Sporting Clube de Portugal.

Leiam mais textos sobre o Sporting CP neste link

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