Após mais uma rodada de competições europeias, voltámos a ser confrontados com a realidade crua e dura: a nível internacional apenas o FC Porto consegue ser minimamente competitivo.
A forma mais fácil para explicar essa evidência é apelar à experiência do clube portista neste género de competições. No entanto, creio que, embora essa rodagem seja importante, não é a mais decisiva. Acredito que o grande mérito do Porto é conseguir usar em campo, e em todas as competições, a sua identidade. Raramente vemos os jogadores com níveis de concentração e entrega inferiores ao que é exigido pelo ADN do clube. Tampouco os vemos baixar os braços ao menor contratempo. O mesmo não se pode dizer dos outros clubes.
Por outro lado, e atentando ao comportamento no terreno de jogo, no clube portista, sabe-se muito bem em que circunstâncias pode-se pisar o risco e em que momentos devem-se refrear os ânimos. Aquilo que é relevado internamente não é aceitável nas provas internacionais. Do mesmo modo, aquilo que em terras lusas é motivo suficiente para parar um jogo raramente ocorre nas provas europeias porque os critérios são mais alargados e a maioria dos agentes demonstram ser imunes a pressão dos jogadores e técnicos.
De forma mais resumida, a competitividade portista além-fronteiras está umbilicalmente ligada à compreensão que todos nesse clube têm sobre as circunstâncias e especificidades que rodeiam as diferentes competições em que estão inseridos. Com um ajuste aqui ou ali, mas mantendo as características próprias, que se enraizaram no clube durante décadas, o FC Porto continuará a ser visto como o único representante do futebol português com capacidade para bater os pés e competir, olhos nos olhos, com os restantes clubes europeus.
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