Enquanto continuarmos a discutir o sexo dos anjos e não dedicarmos a reflexão ao que realmente pode ser feito para melhorar a competitividade dos nossos clubes nas competições internacionais, vamos viver sempre de desculpas patéticas, vitórias morais, exibições de superação, etc, etc, etc.
O problema não está na má formação de plantéis. Poucas vezes reside na fraca atitude dos jogadores ou na incapacidade dos técnicos. Raramente está no valor dos atletas ou nos orçamentos dos clubes. Mas sempre que há um desaire/eliminação das equipas nacionais lá vem a imprensa com estes tópicos para justificar o fracasso.
Para clubes que habitualmente se qualificam para as provas europeias, a má formação de um plantel, até podendo existir, é uma situação circunstancial que pode ser rectificada, caso contrário deixa de ser mau planeamento para passar a ser má gestão de recursos.
Por norma, os clubes com assento quase permanente nas competições externas têm poucos ou quase nenhuns jogadores ou técnicos conformistas. Sendo certo que pode sempre existir quem, por longevidade de carreira ou poucas perspectivas de alcançar patamares superiores, não entregue o máximo de si em todos os momentos, creio que na atitude e vontade de vencer o dedo dificilmente pode ser apontado.
Na maioria dos casos, os plantéis dos clubes portugueses são elaborados com critério e, com maior ou menor capacidade financeira, todos eles têm jogadores de qualidade técnica e tática acima da média.
Temos grandes jogadores e técnicos no nosso campeonato. E isso pode ser provado facilmente se nos lembrarmos que, todos os anos, os maiores clubes europeus vêm alimentar os seus plantéis no futebol português.
Assim sendo, creio que seria muito mais produtivo começarmos a centrar a discussão nas possibilidades de aumentarmos a competitividade interna de modo a conseguirmos ombrear de forma mais intensa e constante nas provas extramuros.
Como é que isso se faz? Sinceramente não sei. Talvez a solução passe por nova reformulação das competições. Por um maior engajamento das entidades públicas e privadas em projectos de longo prazo. Talvez a solução esteja num projecto evolutivo comum.
Aquilo que sei é que as justificações usadas já estão mais que gastas e insistir nelas é chover no molhado, esperando que persistir no erro um dia dê certo.
Se não houver uma quebra de paradigma e não se derrubarem alguns dogmas instituídos, vamos continuar a ver alguns lampejos de dignidade e ocasionais vitórias pírricas, mas nada mais para além disso.
Leiam outros textos sobre o Futebol Português neste link
Comentários
Enviar um comentário