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Contratação mediática para ser apenas mais um - Emanuel Lomelino

Com excepção do poderoso Real Madrid e do problemático PSG, poucos são os clubes que têm obsessões pelos maiores jogadores do planeta.

Claro que ninguém descarta a possibilidade de ter este ou aquele craque, no entanto, por maior aporte financeiro que exista, a maioria dos responsáveis desportivos pautam pelo equilíbrio na hora de compor os planteis.

Se analisarmos quatro dos maiores clubes do futebol europeu: City, Liverpool, Chelsea e Bayern, facilmente chegamos à conclusão que estes clubes optaram por construir equipas em vez de reunir grandes jogadores num só plantel.

A qualidade dos jogadores destes emblemas não está em causa, tanto mais que, como diz o velho adágio, sem ovos não se fazem omeletes, mas, do mesmo modo, não podemos referir que este ou aquele jogador tem mais importância que os restantes.

Jogadores como De Bruyne, Kanté, Salah ou Lewandowski são relevantes, mas não são mais do que Ederson, Bernardo, Mount, Pulisic, Milner, Mané, Gnabry ou Goretzka, para referir apenas alguns, porque poderia dar o exemplo de outros tantos.

Hoje decidi escrever sobre este tema por causa das notícias que têm estado a aparecer na imprensa, principalmente inglesa, sobre a possibilidade de acordo entre o City e Haaland.

Todos reconhecemos as qualidades do avançado norueguês e é aceitável dizer que estamos na presença de um futuro “melhor do mundo”, no entanto, ao contrário do que tenho ouvido dos analistas, não creio que Pep Guardiola esteja a cogitar esta contratação por ter falta de avançados centro, tanto mais que Haaland rende muito mais partindo das laterais. A diferença poderá estar na capacidade finalizadora, em comparação com os jogadores que já estão no plantel inglês.

Por outro lado, também não vejo que esta possível contratação possa colocar em risco a continuidade de Bernardo Silva nos Citizens, seja por incompatibilidade ou substituição directa. Mesmo sendo crítico à forma de jogar do português, ao serviço da selecção, reconheço que o seu futebol encaixa, na perfeição, nas ideias do técnico e, a sua capacidade para assistir, pode beneficiar muito um avançado como Haaland.

Seja como for, uma coisa é (será) certa, confirmando-se esta contratação, em momento algum o City vai ficar dependente do norueguês. Ele entrará no clube como mais uma belíssima peça de uma máquina bem montada e conduzida.

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