A convite do Filipe, fui com ele, e o seu tio Daniel, ao Estádio José de Alvalade (antigo), ver o meu primeiro jogo internacional (Taça UEFA) contra o Feyenoord.
Eu já frequentava Alvalade, por minha conta e risco, há mais de um ano. De quinze em quinze dias, lá estava eu a ver o Sporting jogar. Conhecia todos os jogadores do plantel, treinados pelo Manuel José. (Damas, Katzirz, Gabriel, Morato Venâncio, Duílio, Fernando Mendes, Mário Jorge, Virgílio, Oceano, Carlos Xavier, Jaime Pacheco, António Sousa, Litos, Romeu, Eldon, Ralph Meade, Saucedo, Forbs, José Lima, Rui Jordão, Manuel Fernandes). No entanto, até esse momento só tinha visto jogos de Campeonato e Taça porque nessa época as partidas transmitidas pela televisão eram escassas e para ver futebol tinha-se mesmo que ir aos estádios.
Pelos motivos que expliquei, num texto anterior, para além de me estrear como espectador num jogo internacional, era também a primeira vez que eu iria assistir a uma partida noturna. Razão mais que suficiente para tornar perfeitamente compreensível todo o entusiasmo que me sustentava nessa noite. Mais ainda porque, antes desse jogo, o Sporting vinha de uma série de vitórias empolgantes, para o campeonato.
Por outro lado, também estava ansioso por ver jogar ao vivo uma das coqueluches do futebol neerlandês, Simon Tahamata (que nem chegou a fazer história, mas naquele tempo era considerado uma promessa de craque), e uma lenda viva do futebol: Johnny Rep.
Confesso que na entrada para o estádio (pela porta da maratona) fiquei um pouco desapontado por saber que ia ver o jogo junto da claque mais pequena do Sporting. Para quem estava habituado a ver os jogos junto da Juventude Leonina, no topo sul, onde o ambiente e as coreografias eram sempre espectaculares, ficar no meio da Onda Verde não suscitava entusiasmo. Mas, em abono da verdade, fui surpreendido pela envolvência desse pequeno grupo e, ainda hoje, guardo com carinho dois objectos que recebi, nessa noite, de um dos integrantes da claque (uma fita de cabeça e uma bandeira).
Sobre o jogo tenho memórias felizes, não só pela vitória final (3-1), mas também porque era um regalo, para os sentidos, ver aquela equipa jogar. Principalmente do meio-campo para a frente: Jaime Pacheco, Sousa, Litos, Mário Jorge, Jordão e Manuel Fernandes. Foram três golos, mas poderiam ter sido muitos mais, tal o caudal ofensivo e o número de oportunidades criadas.
No cômputo geral, aquela noite, 18 de Setembro de 1985, foi uma das mais marcantes da minha vida de jovem adepto leonino. Depois, muitas outras se seguiram, mas nenhuma teve um impacto tão grande porque nada consegue igualar a primeira experiência.
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