Por mais que perceba as circunstâncias que justificam as especificidades e diferenças de entendimento sobre futebol, que são norma no Brasil, continuo com dificuldades em compreender a forma como se analisa e comenta as performances de jogadores e os trabalhos dos técnicos.
Mesmo acompanhando há muito tempo alguns órgãos de comunicação social canarinhos, que ficou mais fácil com o desenvolvimento das tecnologias e o aparecimento de plataformas como o Youtube, ainda fica complicado encontrar razões lógicas que expliquem os conteúdos bélicos e/ou destrutivos que alguns (muitos) analistas usam, de forma sistemática, colocando em causa o profissionalismo de atletas e treinadores, sem qualquer vestígio de remorso, piedade ou, daquele sentimento tão típico do povo brasileiro, compaixão pelo próximo.
Ao assistir a excertos de alguns programas desportivos, e canais de jornalistas independentes, muitas vezes fico a pensar que os conceitos básicos do jornalismo, que aprendi quando cursava a disciplina, no Brasil já deixaram de ter validade e foram substituídos por outros. Se for assim, concluo que esta circunstância reflete os sinais dos tempos que vivemos, em que se prioriza e dá aval à calúnia, à ofensa, ao desrespeito, total e absoluto, seja de quem for, sem limites ou restrições éticas.
Não querendo detalhar o episódio que deu origem a este texto, mas que é a repetição de outros anteriores, sobre os quais escrevi à época, fico com a sensação de que, para além da falta de valores profissionais, há analistas (recuso chamar-lhes jornalistas) que também exalam um tremendo défice de sentido moral e humano, cada vez que abrem a boca para falar da actuação do jogador A ou B, ou do trabalho do treinador X ou Y.
Todos os agentes do futebol, seja em que lugar for, estão sujeitos à critica, ou ao elogio (na mesma medida), porque essa é uma circunstância inerente à profissão que exercem. No entanto, todos ele, sem excepção e independentemente da qualidade do trabalho executado, merecem o mesmo grau de respeito que qualquer outro individuo. Menos que isso é leviandade, não é jornalismo.
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