A Academia de Alcochete celebrou vinte anos e a direcção do Sporting tornou pública a decisão de aumentar o investimento na formação.
Não querendo entrar em méritos ou culpas de direcções passadas, a verdade é que a actual gestão apenas está a retomar a aposta na faceta genética do clube, com maior seriedade e responsabilidade.
Desde Vítor Damas, passando por Paulo Futre, Fernando Mendes, Carlos Xavier, Morato, Mário Jorge, Filipe, Figo, Peixe, Porfírio, Simão Sabrosa, Quaresma, Nani, Cristiano Ronaldo, João Moutinho, entre muitos outros, o maior legado do Sporting tem estado na excelência da sua formação.
Os resultados desportivos da equipa sénior nem sempre têm ligação directa ao trabalho executado nas camadas jovens, no entanto, não é por isso que devemos menosprezar a qualidade da formação de atletas no clube leonino, que todos os anos revela novos talentos.
No panorama futebolístico internacional em que estamos inseridos, o projecto do Sporting tem ainda mais razões para existir e o aumento de investimento nesta área é imperativo.
Sabemos, há muito, que nem todos os jogadores saídos da cantera terão aproveitamento absoluto na equipa principal, no entanto, a qualidade global dos jogadores formados no Sporting é reconhecida e apreciada pelos clubes das maiores ligas, e o clube deve retirar o máximo de proveito dessa circunstância, tendo em conta que, no final, acaba por ser através dessa via que gera as maiores receitas.
Sendo certo que muitas vezes os valores recebidos, nas transferências de produtos da Academia, ficam muito abaixo do justo, a verdade é que para se poder rentabilizar mais, as direcções têm de conseguir manter a saúde financeira do clube ao mesmo tempo que investem na formação.
Outro aspecto fundamental para que esta linha de actuação funcione está na criação de parâmetros transversais que sejam assumidos pelos dirigentes vindouros e que, como exemplo, não caiam na tentação de ter um treinador com hábitos aversivos à utilização continuada em jovens da formação.
Para que tudo resulte é preciso que as direcções entendam que o perfil dos futuros treinadores do clube tem de ser muito similar ao de Ruben Amorim e, em momento algum, podem voltar a apostar em técnicos como Jorge Jesus que, não colocando em causa a qualidade, muito dificilmente apostam na prata da casa.
O caminho do Sporting tem mais de um século. A aposta na formação terá, talvez, cinquenta anos. O trabalho mais centrado na Academia completou vinte anos. Fomos pioneiros nesta área e, mesmo havendo muitos aspectos a melhorar, jamais podemos negar a importância de termos, na formação, o nosso maior trunfo, génese da nossa própria identidade genética. A formação é o nosso ADN.
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