Esta jornada do Brasileirão, faltando disputar ainda a última partida, fica marcada pelas aberrantes arbitragens.
Dos jogos que pude assistir, transmitidos pelo Canal 11, só no Cuiabá x Ceará é que tudo correu dentro da normalidade ou, pelo menos, sem grandes casos polémicos.
Já no Corinthians x Goiás e, principalmente, no Internacional x Botafogo, as arbitragens, mal-auxiliadas pelo VAR, revelaram uma evidência flagrante: no Brasil, os árbitros gostam, querem, e são protagonistas – infelizmente pelas piores razões.
Se no primeiro caso foi assinalada uma penalidade inexistente, em benefício da equipa treinada por Vítor Pereira, que teve influência no resultado final, mas que podia revelar-se irrelevante se os jogadores tivessem tido, ao longo da partida, uma maior eficácia, já na partida do Beira Rio aconteceu um Oceano de asneiras, desde os minutos iniciais, que impactou negativamente em ambas as equipas, transformando o jogo numa espécie de loteria jogada com os pés, mas sem pés nem cabeça, porque o VAR decidiu intervir e, consequentemente, induzir o árbitro em erro, quando a sua decisão inicial tinha sido acertada.
Aqui chegado, tenho de fazer um parêntese e dar razão ao jornalista Arnaldo Ribeiro, quando afirma que o VAR no Brasil é uma piada, não funciona, e só prejudica o futebol.
A verdade é que, ao contrário daquilo que é feito nos campeonatos da Europa, no Brasil o VAR tem demasiada intervenção nos jogos e, quase sempre, com decisões erradas.
Esta tecnologia, mesmo que operada por humanos, é uma ferramenta de auxílio e não de decisão. Só deve ser utilizada em casos muito específicos e particulares, não podendo, em momento algum, ser usada em lances interpretativos. Apenas impedimentos, dúvida sobre falta na área ou fora dela, dúvidas sobre a entrada ou não da bola na baliza, e correcção de amoestação (quando o lance requere amostragem de cartão vermelho), devem servir para intervenção do VAR. Tudo o resto tem de continuar a ser avaliado como sempre foi: com o critério do árbitro de campo, e seus auxiliares.
No brasileirão temos assistido a um desfilar de intervenções do vídeo-árbitro, desde o primeiro até ao último lance de cada partida e, repito, quase sempre induzindo o árbitro ao erro.
Por outro lado, mesmo que aceitássemos esse grau de intervenção, fica cada vez mais claro que aos árbitros brasileiros falta muita personalidade. Quase todos preferem a dependência das decisões de vídeo do que fazerem o trabalho tal como estipulado nas regras.
Talvez seja por tudo isto que Jorginho, enquanto brasileiro, sentiu-se ofendido pelo comportamento de Abel Ferreira em relação aos árbitros. Ele e outros treinadores talvez prefiram que o futebol do seu país fique manchado por este género de situações. Ou então acreditam que apenas os da casa têm o direito de contestar as coisas más que o futebol brasileiro tem.
Felizmente, para o Botafogo, a frustração dos seus atletas, perante o enxame de erros do início da partida (expulsão do técnico incluída), foi o tónico para a bravura demonstrada e génese de uma vitória merecida, não por terem estado melhores que os jogadores colorados, mas sim pela postura ridícula, provocadora e prepotente de uma equipa de arbitragem incompetente que, apesar do mal feito nesta partida, vai estar muito em breve num campo de futebol a “desapitar” mais um jogo importante do brasileirão.
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