Acompanhando alguns jogos do Europeu de futebol feminino, que está a decorrer em Inglaterra, conseguem-se distinguir e perceber as enormes diferenças em relação à vertente masculina, e não estou a referir-me aos aspectos físicos e de intensidade.
Ver estas partidas, todas com elevado nível competitivo, faz-nos perceber quão desvirtuado está o futebol masculino de elite, e como o jogo no feminino, apesar da tremenda evolução dos últimos tempos, ainda é praticado sob a bandeira dos valores génese da sua criação.
Talvez com excepção de alguns momentos dos jogos que envolveram a selecção espanhola, em todas as outras partidas imperou a lealdade, com todas as jogadoras a disputarem cada lance com o máximo empenho, mas sem usarem artifícios ou tentarem iludir as equipas de arbitragem. Os jogos decorreram sem grandes interrupções para assistência médica porque só fica no chão quem, realmente, está contundida. Não se vê ninguém rebolar histericamente pelo terreno de jogo, como lhe tivessem amputado uma perna e dois braços, não se vê esgares simulados, gente a coxear da perna errada ou reacções agressivas por jogo mais físico ou decisão arbitral. Resultado desta atitude: elevada percentagem de tempo útil de jogo.
Ao ver estes jogos de futebol feminino fica-se com a certeza, se é que ainda alguém duvidava, que a grande maioria dos intervenientes do futebol masculino está enferma, e o motivo maior é… o dinheiro. Está envolvido tanto vil metal que vale tudo para chegar e ficar no topo.
A vertente feminina, mesmo com os investimentos que têm estado a ser feitos, ainda resiste à tentação. Mas é preciso atenção porque, como referi em parágrafo anterior, a espaços, já se vê uma pequena “inflamação” na selecção espanhola. Já se veem rebolares exagerados, quedas injustificadas, reclamações sistemáticas, e atitudes pouco ou nada desportivas.
O Europeu de futebol feminino vai entrar nas fases decisivas e merece toda a visibilidade, pela qualidade das jogadoras, pelo tempo útil de jogo, pelo jogo limpo, pela sã competitividade, pelo elevado número de golos, e pela honestidade das arbitragens - VAR incluído.
E também seria útil que a competição fosse vista pelos homens do futebol, para relembrarem a essência do jogo.
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