Todos os anos é a mesma coisa. Termina a temporada e começa a especulação sobre a entrada e saída de jogadores. Depois vem aquela “choradeira” habitual porque o nosso Campeonato perde os seus melhores jogadores e, como se tratasse de um cataclismo ou algo irreversível, começam as dissertações sobre a incapacidade generativa dos nossos clubes e blá, blá, blá.
A histeria repete-se, ano após ano, parecendo que o defeso futebolístico é também um defeso de pensamento e raciocínio, tantos são os analistas/comentadores, e adeptos, que esquecem que nenhum jogador está acima dos clubes e a história destes é escrita em permanência, sem dependência de um ou outro astro da bola, por mais decisivo que possa ter sido.
O Sporting ganhou troféus depois dos cinco violinos; o Benfica continuou a ganhar depois de Eusébio, o Porto continuou a vencer mesmo sem Madjer, Jardel ou outro qualquer. E esta lógica aplica-se a todos os clubes.
O Sporting não desaparecerá porque, neste defeso, perdeu Palhinha e Sarabia, e pode ficar sem Matheus Nunes. O Benfica não vai extinguir-se porque vendeu Darwin e Cebolinha. O Porto não vai acabar porque ficou sem Fábio Vieira, Mbemba e Vitinha.
Os clubes nacionais são uma espécie de répteis a quem se corta a cauda mas ela logo volta a crescer, regenerando-se.
Ninguém, em perfeito estado mental, nega a qualidade superior de alguns jogadores. No entanto, o futebol não acaba porque eles avançam para outra etapa, mais rentável e mediática, da carreira. Logo aparecerão outros que atingirão igual nível de preponderância, porque tudo no futebol é cíclico.
A única certeza é que, independentemente da qualidade dos atletas, do patamar de excelência que atinjam, da influência que tenham no jogo da equipa, a generalidade dos jogadores são apenas uma pequena nota de rodapé e somente alguns terão destaque num capítulo na história dos clubes. E essa continuará a ser escrita, muito para além do tempo útil de vida desportiva de qualquer futebolista.
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