Na sequência da “comoção” da imprensa originada pela recusa de Rafa em representar a selecção, dei por mim a pensar que esta situação, não sendo comum, pela idade do jogador, também não é assim tão rara. A única diferença está relacionada com a indisponibilidade demonstrada pelo jogador.
Se analisarmos as possíveis razões para este posicionamento de Rafa, uma vez que ele não as explicou, facilmente chegamos à conclusão de que o principal motivo foi a reduzida utilização nos jogos da equipa nacional.
Aprofundando a questão, acho que Rafa é um daqueles jogadores com pouca fortuna por ter uma carreira paralela a outros grandes jogadores. Primeiro havia Nani e Quaresma. Depois foram aparecendo Gonçalo Guedes, Bernardo Silva, João Félix, Diogo Jota e agora Rafael Leão, Francisco Trincão, entre outros que vão surgindo.
Por outro lado, não deixa de ser verdade que, ao contrário de outros jogadores, Rafa nunca conseguiu colocar o seu talento em campo, nem ser decisivo, como outros com utilização muito semelhante à sua. Estou a lembrar-me, por exemplo, de Gonçalo Guedes que, apesar dos poucos minutos que tem tido, conseguiu ser decisivo em algumas partidas, nomeadamente na final da Liga das Nações conquistada por Portugal.
Outro bom exemplo é Éder. O eterno patinho feito nunca foi primeira opção e está na história porque, um dos seus cinco golos ao serviço da selecção, deu-nos o Europeu.
Pelo mencionado nos parágrafos anteriores, acho leviano acusar Fernando Santos de má utilização de Rafa. Tenha sido pela força da concorrência, ou pelo desempenho em campo, e sem desmerecer as qualidades do jogador, o técnico nacional, quer se goste ou não, tem conseguido retirar mais rendimento de outros jogadores.
Tal
como referi na introdução deste texto, esta situação de Rafa não é assim tão
rara e encontramos alguns exemplos ao longo da história.
Vermelhinho, Vítor Damas, Jorge Martins, Zé Beto, Manuel Fernandes, Diamantino Miranda, António Frasco, Jaime Magalhães, Nuno Capucho, António Folha, entre muitos outros a nível nacional, ou Richard Witschge (Países Baixos), Thorsten Fink (Alemanha), Eric Cantona (França), Robbie Fowler (Inglaterra), Gaizka Mendieta (Espanha), Salvatore Schillaci (Itália), Neto (Brasil), entre muitos outros a nível internacional.
Resumindo… Rafa é um talento indiscutível, mas a sua decisão de ficar indisponível para a selecção, não pode ser vista de forma tão dramática, ou polémica, como a imprensa quis passar.
Para além disso, há situações bem mais importantes para serem discutidas.
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