A frase “o tempo passa rápido” é um chavão indesmentível, mas não tem como não a usar como introdução deste texto.
Parece que foi ontem que escrevi os meus prognósticos sobre esta temporada do Brasileirão, mas já passaram oito meses.
O tempo passa rápido, o campeonato brasileiro está a terminar e é chegada a hora de começar a fazer o balanço e avaliar os erros e acertos de algumas previsões feitas.
Em relação ao campeão, não podemos dizer que a vitória do Palmeiras foi uma surpresa, no entanto, também não deixa de ser verdade que ninguém esperava uma temporada tão dominante, por regularidade.
O início, com uma derrota e três empates, nos primeiros cinco jogos, até deixou algumas dúvidas, mas depois, passo a passo e com uma gestão equilibrada, a equipa começou a engrenar e conseguiu alcançar o título com quatro jornadas de antecedência.
Muitos podem argumentar que a aparente facilidade desta conquista está relacionada com as menores prestações dos outros candidatos, no entanto os números finais demonstram que esse foi apenas um problema dos restantes e não da equipa paulista.
A prova maior desta perspectiva analítica pode ser encontrada nos quatro confrontos directos, que os palmeirenses disputaram, de forma quase toda consecutiva, contra quatro vices: Internacional (19ª jornada), Corinthians (22ª), Flamengo (23ª) e Fluminense (24ª), sem conhecerem o sabor da derrota. Só como nota de rodapé, a última jornada, que apenas servirá para um ou outro recorde estatístico da equipa de Abel Ferreira, será também contra um vice (de novo os gaúchos), esses sim com possibilidade de, não saindo derrotados, terminarem a competição como os primeiros dos outros.
Numa análise básica, mas fria, as conquistas da Copa do Brasil e da Libertadores colocaram o Flamengo como uma equipa exitosa, mas o desempenho no campeonato ficou aquém. Já o Atlético Mineiro foi, contra todas as expectativas, a maior decepção deste campeonato, nunca se tendo encontrado e vivendo todo o ano numa overdose de turbulência.
Quanto às minhas previsões sobre as segundas linhas deste ano, só Corinthians esteve regularmente nessa posição, tendo estado muito tempo na luta pela liderança. O Fortaleza precisou de uma enorme recuperação (foi lanterna durante metade da prova) para justificar a minha aposta no início de temporada. S. Paulo e Red Bull Bragantino estiveram muitos furos abaixo do vaticinado.
Fluminense e Internacional fizeram campeonatos acima do esperado, tal como o Botafogo (embora em circunstâncias distintas). Já o Santos demonstrou que a instabilidade de épocas anteriores ainda não abandonou o clube.
No início da temporada vaticinei que alguns clubes tanto poderiam ser surpresas como desilusões. Athlético PR e América MG conseguiram ser as surpresas. Coritíba, mesmo com enorme sufoco acaba a temporada de forma positiva. Já Atlético GO e, principalmente, Ceará, foram as maiores desilusões da segunda metade da tabela, acabando por descerem ao escalão inferior.
Goiás e Cuiabá, este último quase ao sprint, fizeram-me falhar metade dos prognósticos de descida e não quiseram juntar-se a Avaí e Juventude, ambos sem capacidade para fazer melhor.
Na série B, a velha história do peso das camisas levou a melhor e os gigantes Cruzeiro, Grémio, Vasco e Bahia regressam ao escalão maior do futebol brasileiro.
Sport esteve na luta como previ, mas não teve força para ir até ao fim.
Quanto
aos restantes:
Ituano,
Sampaio Corrêa e Londrina estiveram melhor do que previ.
Esperava
mais do Guarani, Chapecoense, CRB e Vila Nova.
Criciúma
e Ponte Preta estiveram ao nível esperado.
Apesar
do sufoco, Novorizontino e Tombense calaram a minha boca.
Operário, CSA e Náutico desiludiram completamente. E Brusque, tal como previsto, revelou não ter capacidade para manter-se neste escalão.
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