Avançar para o conteúdo principal

Prognósticos… só no fim - Emanuel Lomelino


Imagem slbenfica

Acabou o Mundial e vão regressar as competições “normais”. Entre elas a Liga portuguesa.

Tenho visto alguns programas televisivos, com toda a gente a conjecturar sobre o que pode vir a acontecer e por vezes penso que me afastei demasiado da realidade e vejo as coisas fora de contexto.

Quando ainda percebia alguma coisa de futebol, uma vantagem de oito pontos, num campeonato como o nosso, sendo considerável, não era impossível de reverter.

Eu sei que o domínio demonstrado em campo pelo Benfica faz acreditar que dificilmente qualquer outro clube o possa arredar da liderança, no entanto, a bem da verdade, e por muito que custe a alguns dizê-lo, ter vencido no Dragão, antes da paragem para o Mundial, não é argumento suficiente para que já se esteja a “entregar” a taça.

Sim, a vantagem é boa, mas não é abissal. Sim, os encarnados têm demonstrado serem superiores, mas ainda nem chegámos a meio da prova.  Sim, a liderança é incontestável, mas não é definitiva.

Ao ouvir os comentadores fico com a sensação de que só eu é que acredito que esta pausa no campeonato, que nunca existiu antes, pode ser demasiado penalizadora para o clube da Luz, por ter quebrado o ritmo e a onda de bons resultados.

Todos falam como se o interregno viesse beneficiar o Benfica, com o argumento que a equipa precisava de descanso. Quanto a mim, que vivo num mundo de análise à parte, creio que vai acontecer o oposto. Os internacionais portugueses do clube quase nem jogaram no mundial, logo perderam ritmo competitivo. Os argentinos jogaram até ao final, com tudo o que isso representa a nível físico, sendo que um deles, o mais novo, tem estado em competição há muito mais tempo, sem descanso, tendo jogado pelo River, pelo Benfica e pela selecção.

Até pode ser que me engane, mas acho que todo este “abraço” dos comentadores ao domínio encarnado pode acabar por ser um prognóstico falhado.  

Eu prefiro seguir a máxima do ex capitão portista, João Pinto, “prognósticos… só no fim”.

Leiam mais textos com etiqueta SL Benfica neste link

Acompanhem-nos no Twitter e no Facebook

Comentários

Mensagens populares deste blogue

No lado errado da estrada - Emanuel Lomelino

Imagem UOL Não há quem possa colocar em causa o talento, com laivos de genialidade, de Neymar, no entanto, por culpa de astros anteriores, e até contemporâneos, ser craque exige muito mais do que a qualidade em campo. Podem existir muitas razões para explicar a instabilidade de Neymar, mas a mais óbvia está umbilicalmente ligada à sua necessidade, quase obsessão, em andar nas bocas do mundo, a toda a hora. Desde muito cedo na sua carreira, e talvez por isso, ficou evidente a falta de formação humana que lhe deviam ter incutido. Ao contrário de outros grandes jogadores, Neymar nunca quis abdicar de uma vida boémia, qual menino mimado, para se dedicar de alma e coração à carreira escolhida. Só que essa recusa tem um preço a pagar. Mais ainda se a tudo isto juntarmos o facto de, no mesmo espaço temporal, existirem Messi e Ronaldo, e agora terem aparecido Mbappé e Haaland. Neymar até não tem sido menos “bad boy” que outros craques do passado, como Romário ou Ronaldinho Gaúcho, mas

Uma Vez Flamengo... - Adriana Mayrinck

Pintinho em um Fla x Flu. Foto do seu arquivo pessoal Flamengo e Fluminense (fotos retiradas da internet) Uma lembrança longínqua, não sei ao certo a minha idade, talvez cinco ou seis anos. Lembro-me dos detalhes da sala, do tapete em que eu ficava deitada em almofadões, com as minhas botas vermelhas, a poltrona do “papai” como era chamada, aquele lugar que só o meu avô podia sentar, ao lado de uma mesinha com tampo de mármore, sempre com um copo de cerveja Skol e uma latinha ao lado, em frente a uma TV. Não lembro quase nada dessa época, algumas coisas muito pontuais, talvez por tantas vezes ver as fotografias, no tempo que morei no apartamento dos meus avós, na Gonçalo de Castro, enquanto a nossa casa era construída, em um condomínio ASBAC, na Granja Comary, em Teresópolis. Mas lembro que andava pelos calçadões de Copacabana com os meus três anos de idade, lembro do balanço na pracinha Serzedelo Correia, quando, recém-chegada de Recife, onde nasci, aprendi a amar aquele bairro. P

Surpresa ou início de novo ciclo - Emanuel Lomelino

Imagem A Bola (José Lorvão) Vivemos um tempo atípico e, tal como está a acontecer noutras áreas, por todo o mundo, também o futebol está a ser influenciado por essa falta de normalidade. No caso português, e considerando as últimas quatro décadas, fica um pouco estranho ver o Sporting Clube de Portugal na liderança do campeonato, mais ainda com a vantagem pontual tão acentuada. É certo que ainda agora começou a segunda volta e faltam muitos jogos. Também é verdade que as outras equipas têm estado aquém do esperado. No entanto, não deixa de ser surpreendente um domínio tão avassalador. Como se explica que esta equipa, quase na totalidade composta por jovens jogadores da formação, com um treinador também em início de carreira, sem qualquer fora de série, e que inicialmente nem era vista como candidata a ganhar troféus, demonstra em campo, jornada após jornada, este nível de competência? Mesmo sendo adepto do Sporting , e estar a deliciar-me com a forma como a época está a deco