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Mais um alvo para a imprensa brasileira - Emanuel Lomelino

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Apesar de ainda existirem forças de resistência e alguma “má vontade”, os treinadores portugueses continuam na moda, para os lados de Vera Cruz.

Ao contingente já estabelecido, junta-se agora Pepa, ao serviço do Cruzeiro.

Tal como outros compatriotas, o jovem técnico não tem currículo expressivo – factor determinante para avaliação, em terras brasileiras – embora se lhe reconheçam bons atributos para ter uma carreira de sucesso.

À sua espera terá uma falange adepta que não quer saber de mais nada para além de triunfos imediatos, pouco se importando se estão reunidas todas as condições para que o trabalho seja bem-sucedido.

E, pela grandeza do clube, também terá sobre si toda a atenção e escrutínio de uma imprensa, tudo menos imparcial, que lhe exigirá o mundo e, sem piedade, desde a primeira hora, avaliará o seu trabalho em função de cada resultado e, acima de tudo, em comparação com os técnicos vitoriosos, do passado do clube, e as performances dos compatriotas, que tiveram sucesso ou fracassaram, dependendo da perspectiva que der mais “audiência”.

Tenho a certeza de que Pepa aceitou este desafio consciente de tudo o que vai encontrar, sabendo de antemão todos os cenários possíveis. E se até o ídolo do clube, agora dono, Ronaldo Nazário, tem sofrido contestação de forma constante, mais facilmente, o farão contra ele, Pepa, se as coisas não começarem bem, isto é, se os resultados imediatos não agradarem à massa adepta, sempre influenciada pela Imprensa parcial e mais comprometida com o impacto das notícias do que na importância e veracidade das mesmas.

Pela história do clube, e em função da realidade actual, não se avizinha fácil a tarefa do treinador português que, por mais preparado que esteja e por mais valor que tenha, só cairá nas boas graças se tiver a sorte do seu lado desde o início. Com a agravante de ser mais um na extensa legião de treinadores lusos radicados no Brasil, e por essa razão começar com mais “atiradores” apostados em atingir, indiscriminadamente, qualquer um dos alvos que carrega nas costas.

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