A projecção universal do futebol deve-se, sobretudo, à paixão dos adeptos. Tudo seria diferente se não houvesse vibração, cânticos, cachecóis e bandeiras nas bancadas.
Mas também seria mais saudável se essa paixão não cegasse, tanto nas vitórias como nas derrotas.
Esta última constatação é mais notória nesta era de facilidade comunicacional, onde proliferam os “hooligans” da modernidade, protegidos pelo anonimato das redes sociais e “incentivados” por alguns membros da imprensa: os caçadores de audiências.
O hooliganismo digital aparece em duas situações muito concretas: semana de jogo entre rivais; após derrota da própria equipa.
A primeira, não menos relevante, acaba por ser a menos nociva porque, por norma, tudo fica restrito até ao dia após o jogo. Já a segunda, por poder impactar e prolongar-se no tempo, especialmente se houver sucessão de maus resultados da equipa, é mais inflada, alimentando os média mais sensacionalistas que aproveitam essa atmosfera para criar debates e sondagens de forma a terem material informativo para preencherem programas e páginas de jornais que, por sua vez, ajudam a manter os holofotes apontados, até que surja um novo assunto com mais interesse mediático.
A primeira tem tendência a ser ofensiva pela rivalidade. A segunda tende a transformar-se em perseguição, uma vez que acaba por ser aproveitada por motivos além futebol.
A primeira é condenável. A segunda é abjeta, suja, irracional e, por vezes, roça a ilegalidade, para não dizer que é criminosa.
A paixão dos adeptos dá emoção ao futebol. O aproveitamento irracional da paixão (hooliganismo digital) prejudica todo o universo futebolístico, inclusive a sua própria imagem.
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