Apesar dos erros, que são muitos (demasiados), nada pode apagar o extraordinário trabalho realizado pelo corpo técnico liderado por Abel Ferreira, à frente do Palmeiras.
Mesmo que se possam apontar comportamentos semelhantes de outros treinadores, não deixam de ser atitudes condenáveis.
Os erros são sobretudo laterais ao campo de jogo e, quase sempre, nada têm que ver com a vertente desportiva.
Muitos podem argumentar que a impetuosidade do treinador português ganha força nas avaliações, que considera equivocadas, das equipas de arbitragem. Apesar de, na maioria das vezes, até ter razão, nem sempre a sua visão dos lances corresponde à realidade. Porque o erro não é exclusivo de ninguém.
Nesta perspectiva Abel Ferreira ainda tem muito a melhorar. Em relação ao trabalho feito nada pode ser apontado.
E é por isso que toda a gente tem estado focada nas suas atitudes e comportamentos.
No entanto, e nestas coisas da bola há sempre uns quantos “mas” e “no entanto”, por assistirmos aos jogos do Brasileirão no Canal 11, vemos que os critérios dos árbitros são mais apertados em relação a Abel Ferreira do que a outros treinadores.
Por acompanhar os debates dos programas desportivos brasileiros, notamos que tudo o que envolve Abel Ferreira transforma-se em pauta de discussão alongada enquanto casos semelhantes proporcionados pelos técnicos canarinhos quase nem são mencionados.
Por sabermos que Carlo Ancelotti é uma utopia da CBF e vermos a movimentação de bastidores, que não é de agora, dos treinadores brasileiros, contra o técnico português, conseguimos entender que nesta fase seja imperativo dar realce aos comportamentos do jovem treinador, de forma a tirá-lo da equação.
O que nenhum deles entende, sejam treinadores, jornalistas, comentadores, dirigentes ou adeptos, é que Abel Ferreira pertence a uma cultura que não vê o trabalho de selecção como ponto alto de uma carreira e muito me surpreenderia se ele aceitasse dirigir a canarinha.
Mesmo que isso lhe desse mais visibilidade nos grandes mercados da bola, os objectivos do treinador luso passam muito longe dessa realidade.
Seja como for, reitero que, perante este clima hostil criado contra si, Abel Ferreira deveria ponderar a sua saída de Brasil o quanto antes. Se isso acontecer, pode ser que os brasileiros (exceptuando os palmeirenses) consigam enxergar o quão injustos estão a ser com ele e o quanto a sua ausência seria sentida em terras de Vera Cruz.
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