Ainda faltam quatro jornadas para terminar a primeira volta do Brasileirão, mas há dois aspectos que merecem alguma reflexão pela importância que podem exercer no desenrolar da competição.
O primeiro, e, talvez, mais inesperado é o avanço pontual conseguido pelo Botafogo.
Por si só, e sabendo que o projecto da SAF botafoguense, inicialmente, só contemplava a luta pelo título a partir da próxima temporada, a liderança do campeonato, que começou por surpreender, já nos dá a garantia que o clube carioca continua a trilhar o bom caminho.
Na verdade, nem mesmo os mais ferrenhos adeptos alvinegros acreditariam que, chegando nesta fase, o clube estaria com doze pontos de vantagem sobre o todo-poderoso Flamengo, e catorze sobre o actual campeão Palmeiras.
Dita a prudência que as contas só devem ser feitas no fim, no entanto, esta vantagem pontual permite que o clube carioca consiga, sob a direcção do novo técnico (Bruno Lage) gerir de forma tranquila o que ainda tem de enfrentar até ao final. E não convém esquecer que o clube também está com grandes possibilidades de êxito na competição continental (Copa Sulamericana).
O segundo aspecto está relacionado com a performance do Palmeiras. Sendo certo que, apesar da baixa produtividade dos últimos tempos, inclusive com a eliminação da Copa do Brasil, a verdade é que a equipa liderada por Abel Ferreira continua a ser muito difícil de bater, como demonstram os números (apenas duas derrotas em quinze jogos). O problema tem estado na quantidade de empates. E os catorze pontos de atraso, em relação ao líder, resultam precisamente dos sete empates cedidos.
Muitos têm dito que o clube paulista já está arredado das contas do título, contudo, os números demonstram que, se essa constatação for real, então o Flamengo, que tem apenas mais dois pontos, o Grémio (a segunda maior surpresa da prova), com mais um, S. Paulo e Fluminense, com a mesma pontuação, também não podem ser vistos como adversários capazes de recuperar da desvantagem dos botafoguenses.
Ainda há muito campeonato e numa prova tão difícil e competitiva pode-se esperar de tudo.
As coisas estão bem encaminhadas para os cariocas, mas é preciso manter os pés bem assentes no chão e deixar as euforias antecipadas de lado. Lembremo-nos do que aconteceu recentemente com a S. Paulo e a forma como, em poucas jornadas, viu esfumar-se uma boa vantagem acabando por ficar bem longe do triunfo.
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