Todos sabemos que o ser humano é movido a emoções, e o futebol é a actividade onde essa característica mais se revela. A paixão é tanta que cega e faz aflorar o que de pior existe na humanidade, principalmente a ingratidão.
Nestes dois últimos dias assisti a enxurradas de comentários relacionados com a vitória da selecção portuguesa sobre a congénere luxemburguesa, empestados de ingratidão para com o futebolista que mais contribuiu na projecção do futebol luso.
Ninguém nega que o peso da idade já se faz sentir nas performances de Cristiano Ronaldo, mas mesmo em fase descendente, não é justo adjectivá-lo de medíocre nem é verdadeiro afirmar que a selecção já não precisa dele.
Menos ainda quando, todos nós, portugueses, temos uma enorme dívida por tudo o que nos permitiu conquistar.
Portugal é um país de pequenas dimensões, mas, muito por culpa dele, temos estado sempre na linha da frente em todas as competições. E quando ganhámos, em França, ele esteve pouco tempo em campo, mas a força que transmitiu aos colegas foi essencial para a primeira grande conquista da nossa selecção.
Os ingratos esquecem os quatro golos que nos levaram ao mundial do Brasil, os golos que permitiram avançar da fase de grupos no Euro 2016 e o hattrick, contra os Países Baixos, que deu acesso à final da Liga das Nações.
CR7 já não é o mesmo, mas tem outras valências que podem ser aproveitadas em favor da equipa nacional e não é por um 9-0 sem ele em campo que devemos esquecer as alegrias que nos deu.
Vai chegar o dia em que, definitivamente, ele deixará o futebol e, aí, vamos ver se não sentiremos assim tanta falta, como alguns idiotas clamaram nas últimas 48 horas.
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