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Copa Sul-americana - Emanuel Lomelino

Terminou mais uma edição da Copa Sul-americana e, para além do placar final, podem-se enumerar várias conclusões.

1 – Num continente em que o futebol é analisado em função do peso das camisas, tivemos a confirmação do surgimento de mais um gigante. Com a conquista do quinto troféu (1 Libertadores, 2 Sul-americanas, 2 Recopas) a LDU perfila-se como um osso duro de roer e vai começar a ser vista com outros olhos.

2 – O Equador confirma-se como a terceira potência continental, a nível de clubes. Mesmo com capacidade económica inferior, os equatorianos conseguem, ano após ano, formar equipas competitivas, numa clara demonstração de competência organizativa, séria e realista.

3 – Os mesmos atributos podem ser reconhecidos no Fortaleza.

A primeira equipa do nordeste brasileiro a chegar numa final continental tem demonstrado nos últimos anos um crescimento constante, sustentado numa organização estrutural competente que tem permitido resultados importantes capazes de catapultar o clube para voos maiores.

Os tricolores perderam esta final por um mero detalhe, mas podem estar seguros de que, continuando a persistir neste projecto desportivo, em breve, alcançarão um troféu importante, para alegria da massa adepta que tem visto o clube suplantar as performances de alguns considerados gigantes do país.

4 – A adopção do sistema de final em jogo único ainda é demasiado recente na América do Sul, mas fica óbvio que é capaz de não ser o mais adequado ao continente. Ter dez países com diferenças económicas e estruturais evidentes, que complicam e condicionam fortemente a deslocação em massa de adeptos, é um aspecto que merece reflexão.

Nesta questão, é incumbência da Conmebol encontrar soluções logísticas e ajudar os clubes afiliados, em nome do crescimento das provas continentais, que se querem mais competitivas, equitativas e ao alcance de todos.

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