Avançar para o conteúdo principal

Domínio das brasileiras - Emanuel Lomelino

Imagem meutimao

No último final de semana disputou-se mais uma final da Copa Libertadores Feminina e, para não variar, mais uma vez, a prova foi conquistada por uma equipa brasileira.

Quem acompanha, minimamente, o futebol feminino, da América do Sul, não estranha este domínio continental dos clubes brasileiros, tamanhas são as diferenças entre o Brasil e as outras nações. Como fica provado pelas doze vitórias de equipas canarinhas contra uma chilena, uma paraguaia e uma colombiana.

Contudo, a maior diferença não está no que é praticado em campo, mas sim, na forma como este domínio é encarado no continente.

Como é de esperar, no Brasil esta situação é vista com normalidade e, por isso, não existe muito que discutir ou analisar. Já nos restantes países, é muito preocupante que haja um completo desinteresse nesta matéria, ao contrário daquilo que acontece quando o tema é o domínio dos clubes brasileiros na vertente masculina. Aí sim, existem debates e mais debates sobre o assunto e tentam-se encontrar antídotos para combater o fenómeno que, para a maioria, prejudica o futebol do continente.

Para mim, analisando à distância, e sabendo que existem muitos factores regionais e culturais que impactam nas competições locais, fica claro que ainda há muito caminho a trilhar até que o futebol feminino alcance o mesmo imediatismo do masculino, e este género de dualidade no tratamento de situações parelhas indica que, no caso da América do Sul, o caminho ainda será mais longo e difícil de fazer.

Leiam mais textos sobre Futebol Feminino neste link

Acompanhem-nos no Twitter e no Facebook

Comentários

Mensagens populares deste blogue

No lado errado da estrada - Emanuel Lomelino

Imagem UOL Não há quem possa colocar em causa o talento, com laivos de genialidade, de Neymar, no entanto, por culpa de astros anteriores, e até contemporâneos, ser craque exige muito mais do que a qualidade em campo. Podem existir muitas razões para explicar a instabilidade de Neymar, mas a mais óbvia está umbilicalmente ligada à sua necessidade, quase obsessão, em andar nas bocas do mundo, a toda a hora. Desde muito cedo na sua carreira, e talvez por isso, ficou evidente a falta de formação humana que lhe deviam ter incutido. Ao contrário de outros grandes jogadores, Neymar nunca quis abdicar de uma vida boémia, qual menino mimado, para se dedicar de alma e coração à carreira escolhida. Só que essa recusa tem um preço a pagar. Mais ainda se a tudo isto juntarmos o facto de, no mesmo espaço temporal, existirem Messi e Ronaldo, e agora terem aparecido Mbappé e Haaland. Neymar até não tem sido menos “bad boy” que outros craques do passado, como Romário ou Ronaldinho Gaúcho, mas

Uma Vez Flamengo... - Adriana Mayrinck

Pintinho em um Fla x Flu. Foto do seu arquivo pessoal Flamengo e Fluminense (fotos retiradas da internet) Uma lembrança longínqua, não sei ao certo a minha idade, talvez cinco ou seis anos. Lembro-me dos detalhes da sala, do tapete em que eu ficava deitada em almofadões, com as minhas botas vermelhas, a poltrona do “papai” como era chamada, aquele lugar que só o meu avô podia sentar, ao lado de uma mesinha com tampo de mármore, sempre com um copo de cerveja Skol e uma latinha ao lado, em frente a uma TV. Não lembro quase nada dessa época, algumas coisas muito pontuais, talvez por tantas vezes ver as fotografias, no tempo que morei no apartamento dos meus avós, na Gonçalo de Castro, enquanto a nossa casa era construída, em um condomínio ASBAC, na Granja Comary, em Teresópolis. Mas lembro que andava pelos calçadões de Copacabana com os meus três anos de idade, lembro do balanço na pracinha Serzedelo Correia, quando, recém-chegada de Recife, onde nasci, aprendi a amar aquele bairro. P

Surpresa ou início de novo ciclo - Emanuel Lomelino

Imagem A Bola (José Lorvão) Vivemos um tempo atípico e, tal como está a acontecer noutras áreas, por todo o mundo, também o futebol está a ser influenciado por essa falta de normalidade. No caso português, e considerando as últimas quatro décadas, fica um pouco estranho ver o Sporting Clube de Portugal na liderança do campeonato, mais ainda com a vantagem pontual tão acentuada. É certo que ainda agora começou a segunda volta e faltam muitos jogos. Também é verdade que as outras equipas têm estado aquém do esperado. No entanto, não deixa de ser surpreendente um domínio tão avassalador. Como se explica que esta equipa, quase na totalidade composta por jovens jogadores da formação, com um treinador também em início de carreira, sem qualquer fora de série, e que inicialmente nem era vista como candidata a ganhar troféus, demonstra em campo, jornada após jornada, este nível de competência? Mesmo sendo adepto do Sporting , e estar a deliciar-me com a forma como a época está a deco