No seguimento do texto anterior, fiquei a refletir no quão especial é o futebol brasileiro.
À parte a indiscutível qualidade dos jogadores canarinhos – e outros sul-americanos que representam clubes brasileiros – que contribuem para o crescimento da competição, existem outras peculiaridades demasiado enraizadas e que só encontramos em terras de Vera Cruz.
Uma dessas é a possibilidade de um, ou mais clubes, poderem estar na luta do título mesmo estando mergulhados em instabilidade permanente, inclusive com constantes alterações de comandos técnicos.
Refiro-me em concreto ao duo carioca que está na peleja – Botafogo e Flamengo.
No caso dos botafoguenses, a crise do momento tem profundas raízes no facto de estarem numa posição que há muito não se encontravam – a lutar por troféus – e essa circunstância tem pesado enormemente no psicológico da equipa que, mesmo integrando jogadores experientes, não consegue manter-se imune às pressões, principalmente internas (leia-se: massa adepta). E, usando da máxima honestidade, não custa admitir que nada disto estaria a acontecer se Luís Castro não tivesse aceitado o convite das arábias.
Já no caso dos flamenguistas, não podemos ficar surpreendidos porque, como está provado pela sua história recente – repleta de conquistas – há, sempre, em seu redor, um ambiente de extrema exigência e correspondente cobrança, não só dos adeptos, mas também, e acima de tudo, da imprensa, principalmente carioca, amplificada ao máximo após a campanha de 2019, quando liderados por Jorge Jesus. O mesmo é dizer que os rubro-negros estão em permanente ebulição e não há razoabilidade que consiga silenciar os críticos porque, estes, encontram sempre motivos de dissertação, chegando a fazer disso um modo de vida, alimentado pelo engajamento das redes-sociais.
É evidente que nesta matéria, de instabilidade nos clubes brasileiros, existem outros factores associados que têm tanta ou mais influência, mas isso fica para outras oportunidades.
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