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Disparidades africanas - Emanuel Lomelino

Imagem retirada da internet

Todos sabemos que o futebol africano tem vindo a aproximar-se da qualidade de outros continentes, no entanto, continua a funcionar muito à base da aleatoriedade.

A maior prova disso é a divisão de poderes nas competições do continente – Taça das Nações e Champions.

Se atentarmos às listas de vencedores de ambas as competições verificamos que, ao nível de selecções, com excepção do Egipto, os países dominantes são do centro e oeste de África (Camarões 5, Ghana 4, Nigéria 3, Costa do Marfim 3) que entre si ganharam 15 das 34 edições da Taça das Nações, enquanto na Champions reinam os clubes do Norte, com 35 conquistas em 59 edições (Egipto 17, Marrocos 7, Tunísia 6, Argélia 5).

O facto mais curioso que podemos observar através dos números está no rácio de vitórias selecção/clubes dos países referidos. Vejamos:


Centro + Oeste:

Camarões - 5 Taças das Nações e 5 Champions 

Ghana – 4 Taças das Nações e 3 Champions

Nigéria – 3 Taças das Nações e 2 Champions

Costa do Marfim – 3 Taças das Nações e 2 Champions


Norte:

Egipto – 7 Taças das Nações e 17 Champions

Argélia – 2 Taça das Nações e 5 Champions

Marrocos – 1 Taça das Nações e 7 Champions

Tunísia – 1 Taça das Nações e 6 Champions

Se as conquistas dos países do Centro e Oeste são muito semelhantes, nas duas provas, já as dos países do Norte são completamente desproporcionadas.

Que outra justificação existe, para além da aleatoriedade, para explicar a disparidade dos números dos clubes magrebinos? Que razão existe para que o sucesso, dos clubes do Norte, repetindo: com excepção dos egípcios, na Champions seja maior do que na Taça das Nações?

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